As eleições municipais deste ano já estão no passado para 61 dos 62 municípios amazonenses, pois apenas em Manaus haverá segundo turno. Mas em Caapiranga, que fica a 133 quilômetros da capital em linha reta e a 185 quilômetros por estrada, ainda tem ex-candidato a prefeito insatisfeito e querendo levar a disputa para o “tapetão”, da Justiça Eleitoral. Francimar Ferreira Ramalho (MDB – Coligação “Aliança pelo progresso de Caapiranga”), que teve 3.747 votos (45,90% dos votos válidos) e perdeu para Matulinho Xavier Braz (União Brasil – Coligação “Caapiranga unido para continuar avançando”) por 669 votos, não aceita de jeito nenhum a derrota e quer a anulação do pleito, com nova eleição, alegando que o vencedor só venceu porque levou eleitores de Manaus e Manacapuru. Mas vem levando chumbo grosso por causa disso.
“Os pinotes desse cidadão não passam disso mesmo, pinotes, porque na verdade quem estava associados a alienígenas era ele, que tinha apoio ostensivo do prefeito Beto D’Angelo, de Manacapuru, além de dois ex-prefeitos caapiranguenses e da própria candidata a vice em sua chapa, todos residentes na Princesinha do Solimões”, diz o comunicador João Andrade, do blog AM News, que acompanha de perto a política desse região.

Para Andrade, os números das eleições de 2020 e de 2024 são muito claros e “mostram que ganhou quem tinha votos para ganhar e perdeu quem não tinha votos suficientes para sair vencedor”, porque uma eleição é espelho da outra.
Comparativos
Em 2020 Caapiranga tinha um total de 8.966 eleitores e nas eleições 1.493 (16,65%) se abstiveram, ou seja, não votaram. Dos 7.473 eleitores que foram às urnas, 147 (1,97%) anularam seus votos e 29 (0,39%) votaram em branco. Dos 7.297 (97,64%) votos válidos, 4.752 (65,12%) foram para Tico Braz (eleito) e 2.545 (34,88%) para Zilmar Sales, com uma diferença de 2.207 votos, ou seja, de 30,24% dos votos válidos.
Em 2024, com um total de 9.750 eleitores aptos, Caapiranga teve uma abstenção de 1.448 eleitores, 14,85% do total de aptos a votar. Dos 8.302 eleitores que foram às urnas, 111 votos (1,34%) anularam seus votos, 28 (0,34%) votaram em branco, 4.416 (54,10%) votaram em Matulinho Braz e 3.747 (45,90%) votaram em Francimar Ramalho, com uma diferença nominal de 669 votos, equivalente a apenas 8,05% dos votos válidos.
Realidade
“É só comparar os números para constatar que nas eleições de 2020 o Tico Braz deu uma verdadeira lavada no Zilmar Sales, colocando uma diferença de mais de 30% dos votos válidos em cima dele. E neste ano, mesmo com uma abstenção percentualmente menor, a diferença entre vencedor e perdedor ficou em somente 669 votos. Este senhor, Francimar Ramalho, é quem tem que explicar perante a Justiça Eleitoral os flagrantes gravados das suas tentativas de compra de votos com a oferta de empregos na Prefeitura caso fosse eleito”, finaliza João Andrade.