Eduardo Ribeiro, O Pensador

Eduardo Gonçalves Ribeiro nasceu no Maranhão em 18 de setembro de 1862 e faleceu em 14 de outubro de 1900. Era conhecido pelo apelido de “O Pensador”, devido à sua participação ativa nos movimentos republicanos e por ter editado, ainda muito jovem, o jornal “O Pensador” no Maranhão.

Militar de espírito positivista, jornalista e engenheiro, estudou na Escola Militar do Rio de Janeiro, onde se graduou como oficial do exército (Capitão de 1ª Classe) e bacharel em ciências físicas e naturais e engenharia. Em 1887, foi transferido para Manaus, tendo servido em Belém por alguns meses.

Na capital amazonense, atuou nas obras públicas e na demarcação de terras, e, especialmente, na política, tendo sido vice-governador e Governador do Amazonas de 23 de julho de 1892 a 23 de julho de 1896. Foi também deputado estadual e senador da República eleito, mas não reconhecido pelo Senado.

Conhecido por sua extraordinária capacidade de trabalho, transformou Manaus em uma moderna cidade em pouco tempo. Foi responsável pela construção do Teatro Amazonas, o Reservatório do Mocó, as Pontes Romanas I e II, a Ponte de Ferro da Sete de Setembro, o Palácio de Justiça, entre outras obras, contribuindo para que Manaus fosse chamada de “Paris dos Trópicos”. Ele afirmou: “Executados todos os melhoramentos que vos venha de solicitar, Manáos será a cidade mais confortável e mais bela do norte da República”. Durante a “Belle Époque”, a fase de fartura da borracha, quanto mais gastava, mais os cofres se enchiam, advindos dos impostos da comercialização da borracha.

Sua história está preservada no Museu Casa Eduardo Ribeiro, localizado na Rua José Clemente, número 322, no centro histórico da cidade. O casarão, um marco tradicional da nossa história, foi restaurado e revitalizado. Com base no arrolamento de bens e edital de leilão em hasta pública de 1900, o palacete abriga um vasto acervo documental, com registros da vida profissional de Ribeiro como jornalista, militar e político. O ambiente foi reconstituído com objetos de uso pessoal, equipamentos de trabalho, vestuário e lazer, móveis de alto nível e utensílios domésticos do governador.

Segundo o historiador Mário Ypiranga Monteiro, há relatos conflitantes sobre a morte de Eduardo Ribeiro. Alguns afirmavam que ele foi assassinado ao ingerir leite envenenado ou fumar um charuto com ervas letais. A versão oficial é que ele cometeu suicídio. O local de sua morte também é incerto: a maioria relata que foi em sua chácara (na avenida Constantino Nery, atual Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro), enquanto outros afirmam que ele caiu morto no Largo de São Sebastião, sendo levado para sua chácara, onde a cena do suicídio teria sido montada.

Havia rumores de que seu homicídio teria sido encomendado por uma família poderosa do Estado na época. O médico que examinou o corpo declarou: “Este homem foi assassinado!”, mas desapareceu da cidade dias depois, supostamente ameaçado de morte. A atuação do governador foi marcante, e suas realizações despertaram inveja nos políticos de famílias tradicionais de Manaus. A verdade sobre sua morte permanece obscura até hoje, cercada de mistério e digna de um filme.

Mais de cento e trinta anos após sua morte, ainda nos orgulhamos das obras de Eduardo Ribeiro. Outras gerações de amazonenses certamente continuarão a se orgulhar dele. Foi um grande governador, transformador da capital amazonense no período áureo da borracha, agindo com determinação e competência. Seu legado perdurará por muitos anos, talvez séculos.

Rádio Encanto do Rio