No próximo sábado, 21/06, no restaurante Vumbora – Culinária Amazônica, o escritor Simão Pessoa lança seu novo livro intitulado Xipuara – Histórias e Estórias da Ilha de Parintins. O evento começa às 19h30, com a presença do violonista Djedah Brga e da cantora Yanaira Ribeiro. O restaurante Vumbora fica no cruzamento das avenidas Ajuricaba e Carvalho Leal, na Cachoeirinha. Cada exemplar do livro vai custar R$ 50.
– Contadores de histórias, emuladores de fofocas e disseminadores de futricas fazem parte da evolução humana desde que o primeiro australopitheco começou a andar ereto em uma savana africana, há aproximadamente três milhões de anos – diz o escritor. – Desde então, a variedade de estórias, lendas, contos, fábulas, causos e anedotas que foram surgindo se expandiram em progressão geométrica. O livro Xipuara procura circunscrever essas histórias ao município de Parintins.
Essas singulares manifestações culturais, que corporificam a literatura oral de uma comunidade, aparecem por todo o planeta desde que dois hominídeos pararam para conversar sobre a vida de um terceiro. Foi nesse contexto que ganhou destaque a figura do contador de causos, do narrador popular, aquele sujeito que ouviu ou vivenciou as histórias para recordá-las e contá-las em uma roda de bate-papo com familiares e amigos. São os causos e são as lendas, o real e o imaginário, fundindo-se dentro de uma perspectiva de zoação total.
– Folclore não é história, é a versão popular da história. As histórias do folclore vão mudando na boca do povo como as nuvens mudam na boca do vento – explica o escritor. – Isso dito, quero ressaltar que não sou propriamente o autor deste livro de folclore, com um pé no bom humor. No máximo, sou o datilógrafo. As histórias não são minhas. Recolhi-as, uma a uma, aqui e ali, exatamente como me foram contadas. Mas tenho consciência de seu valor antropológico, sociológico e cultural. Porque nos fazem rir. Ou refletir.
– A maioria dos causos me foi contada no esquema “face-to-face”, em mesas de botecos – avisa ele. – Outros, desconfio que tomei ciência ouvindo indiscretamente a conversa de terceiros e depois checando a história com alguma fonte confiável. Alguns deles me foram enviados por e-mail, messenger ou whatsapp. Também peguei alguns textos em blogs e sites de meus amigos queridos, dando o devido crédito. Noblesse oblige.
– De qualquer forma, se há inverdades faraônicas ou discrepâncias farisaicas, debitem na conta desse vosso cronista aprendiz, que adora enfeitar um maracá – resume Simão Pessoa. – Sim, incréus, a nossa memória seletiva é um editor de textos sem eira nem beira, fazer o que? Só espero que vocês se divirtam tanto quanto eu mesmo me diverti recordando essas histórias. Parintins não é para amadores. There is it. É isso aí.