Estados Unidos vão taxar produtos da China em 104% a partir desta quarta-feira

O presidente da China, Xi Jinping, quando esteve no Brasil e foi recebido com honras de chefe de Estado pelo presidente Lula, dia 20 de novembro de 2024, no Palácio da Alvorada. A visita marcou as celebrações dos 50 anos de relações diplomáticas entre os dois países. (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

Rafael Cardoso – Agência Brasil
Publicado em 08/04/2025

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou nesta terça-feira (8) que os Estados Unidos vão cobrar tarifas de 104% sobre os produtos chineses a partir de quarta-feira (9). A medida é mais um episódio da guerra comercial entre os países.

Na coletiva de imprensa transmitida pelas redes sociais da Casa Branca nesta tarde, a secretária foi questionada por um repórter se o presidente Donald Trump manteria a decisão de adicionar 50% em taxas sobre os produtos da China.

“Elas [as novas taxas] entrarão em vigor à meia-noite de hoje. Então, efetivamente amanhã”, respondeu Karoline Leavitt.

Minutos antes, a secretária havia criticado o governo chinês por não recuar e aceitar uma negociação com os Estados Unidos.

“Países como a China, que escolhem retaliar e tentam redobrar os maus-tratos aos trabalhadores americanos, estão cometendo um erro. O presidente Trump tem uma espinha dorsal de aço e não vai quebrar. A América não vai quebrar sob sua liderança. Ele é guiado por uma firme convicção de que a América deve ser capaz de produzir bens essenciais para o nosso próprio povo e exportá-los para o mundo”, disse Leavitt.

Na segunda-feira, Donald Trump havia ameaçado impor tarifas adicionais sobre todas as importações da China caso Pequim não recuasse da decisão de impor tarifas recíprocas contra Washington.

“Se a China não retirar seu aumento de 34% acima de seus abusos comerciais de longo prazo até amanhã, 8 de abril de 2025, os Estados Unidos imporão tarifas adicionais à China de 50%, com efeito em 9 de abril”, disse o americano em rede social.

Histórico de taxação

Em março, Washington impôs taxas específicas de 20% à China, em um dos primeiros movimentos de Trump para pressionar o país asiático. No último dia 2 abril, os EUA iniciaram uma guerra de tarifas contra todos os parceiros comerciais, com taxação adicional de 34% sobre todos os produtos chineses que entram no país norte-americano. Com a promessa de uma terceira taxação de 50%, o total iria para 104%.

Além de retaliar com tarifas de 34% sobre os produtos estadunidenses, Pequim também estabeleceu restrições para exportação de minerais raros, chamados terras raras, e proibir o comércio com 16 empresas dos EUA.

Em editorial publicado no domingo (6), o jornal porta-voz do Partido Comunista Chinês (PCCh) – o Diário do Povo – disse que a China está preparada para a guerra de tarifas de Donald Trump e que o “céu não cairá” por causa das novas barreiras comerciais.

“Devemos transformar pressão em motivação e encarar a resposta ao impacto dos EUA como uma oportunidade estratégica para acelerar a construção de um novo padrão de desenvolvimento”, afirmou o editorial do principal jornal do PCCh.

“China lutará até o fim”

O representante do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, disse nesta terça-feira (8) que “pressionar, ameaçar e chantagear não são as maneiras certas de lidar com a China”. A declaração foi dada em entrevista à imprensa, em referência à taxação adicional de 50% aos produtos do país anunciada nesta terça-feira (8) pelos Estados Unidos.

“A China tomará as medidas necessárias para salvaguardar resolutamente seus direitos e interesses legais. Se os Estados Unidos ignorarem os interesses dos dois países e da comunidade internacional e insistirem em lutar guerras tarifárias e guerras comerciais, a China certamente lutará até o fim”, disse o porta-voz.

Segundo a agência de notícias estatal Xinhua, Lin Jian disse que os Estados Unidos impõem tarifas de maneira indiscriminada e violam os direitos legítimos de outros países e as regras da Organização Mundial do Comércio, além de prejudicarem o sistema de comércio multilateral e a estabilidade da ordem econômica global.

“É unilateralismo típico, protecionismo e intimidação econômica, e tem sido amplamente contestado pela comunidade internacional”, disse Lin.

Histórico de taxação

Em março, Washington impôs taxas específicas de 20% à China, em um dos primeiros movimentos de Trump para pressionar o país asiático. No último dia 2 abril, os Estados Unidos iniciaram uma guerra de tarifas contra todos os parceiros comerciais, com taxação adicional de 34% sobre todos os produtos chineses que entram no país norte-americano.

Com o anúncio de uma terceira taxação de 50%, previsto para começar nesta quarta-feira (9), o total das tarifas irá para 104%.

Além de retaliar com tarifas de 34% sobre os produtos estadunidenses, a China também estabeleceu restrições para exportação de minerais raros, chamados terras raras, e proibir o comércio com 16 empresas dos Estados Unidos.

Rádio Encanto do Rio